O exemplo que vem de cima.

Ninguém dúvida da importância que os impostos têm para manter a nossa socidade. Mas nem todos os brasileiros percebem o quanto pagamos. Nossos impostos são caros e o que é pior, eles andam em bando. Provocam o famoso efeito cascata, incidem desde a matéria-prima e vão corroendo até o produto final. Um fenômeno lindo de se ver quando se está no Governo, mas péssimo para se pagar, até para quem está no Governo.

Já há algum tempo nosso Presidente surpreendeu todos ao consumir um DVD Pirata do filme Dois Fillhos de Francisco. Um DVD pirata, aquele mesmo, que é mais barato porque além de não pagar direito autoral também não paga impostos. Recentemente, foi a vez do Ministro da Cultura GilbertoGil, que, segundo a revista Exame, não só tinha um DVD pirata do filme Tropas de Elite como chamou alguns amigos para curtir a sessão privada. Azar dele que apareceu o lanterninha, quer dizer o cineasta José Padilha, de surpresa para encerrar a sessão.

A grande questão que fica é: se nossos governantes consomem seu produtos no mercado paralelo sem pagar imposto, por que nós deveriamos pagar? Será que já não seria hora de abaixar os impostos? Quem sabe se o Senado não prorrogar a CPMF o Presidente e o Ministro da Cultura poderão assim comprar produtos oficiais?

Seleção Brasileira

O quadrado mágico não deu resultado esperado mas a CBF não abriu mão dos poderes sobrenaturais para conquistar a taça. Depois de apelar para a mágica de Paulo Coelho, a CBF quer continuar no topo da tabela para ter a Copa de 2014 no Brasil e para isso tenta um reforço de peso (muito pouco, na verdade).

Para trazer não só o caneco mas a copa inteira, ela convocou Gisele Bündchen. A modelo ainda esta negociando sua participação na seleção que vai ao anuncio oficial da sede da Copa do Mundo. Mas, de cara, dá para perceber que o reforço faz todo o sentido. Além de bater um bolão, Gisele provoca uma valorizção média de 15% nas ações das empresas que a utilizam em campanhas publicitárias (segundo o economista americano Fred Fuld - Revista Exame).

Aumentar as chances brasileiras em 15% já seria muito bom, mas seu principal papel deverá ser o de confundir a marcação adversária. Afinal, com ela em campo, quem da Fifa vai se preocupar com os problemas de infra-estrutura brasileiros.

Faça o que digo, não o que faço.

Todos sabemos que colocar um discurso em prática não é uma tarefa fácil. Quando o discurso vem da boca de um politíco, soa impossível. Muitas empresas também não conseguem construir uma ponte entre o que pregam e o que fazem. Como diria o filosofo Ralph Waldo Emerson: "Seus atos provocam tanto barulho na minha cabeça que não consigo ouvir o que você diz."

Joãozinho entrou em contato com a UNI para fazer uma matéria pendente do curso de pós-graduação em Marketing e Comunicação. Depois de preencher uma requisição, o atendente pediu para que ele voltasse no dia seguinte pois, embora fosse sua função na Universidade, não sabia os procedimentos para continuar o processo. No dia seguinte, o atendente continuou não sabendo o que fazer e também não havia ninguém que soubesse. Cansado desse vai-e-vem, Joãozinho esperou muito até que um supervisor aparecesse para resolver o problema.

Para uma instituição que se dispõe a ensinar sobre fidelização de clientes, parecia que não entedia bem do assunto. Já com dúvidas se valeria a pena continuar o curso, Joãozinho pergunta quando chegaria sua carterinha para poder frenquentar o campus. "Você não terá uma carteirinha não. Como você está fazendo só uma matéria, fica muito caro fazer uma pra você", respondeu o atendente com toda sinceridade. "Olha, muito obrigado, mas acho que já aprendi muito aqui. Não precisa continuar preenchedo este formulário. Mais tarde eu te ligo."

Relacionamento

Muitas empresas pregam a importância do atendimento personalizado aos clientes. Mas são raras as que conseguem se relacionar intimamente com eles. E, muitas vezes, graças à iniciativa de bons funcionários.

Quem já preencheu algum cadastro em lojas ou em sites e recebeu alguma oferta realmente feita pra você? Ofertas como as dos sites de comercio eletrônico, que indicam outros produtos comprados por pessoas que compraram o mesmo objeto que você, não contam. Nem as malas-diretas com seu nome em negrito em uma fonte diferente do restante do texto.

Joãozinho costumava tomar um capuccino italiano com sua mulher, na Travessa, depois do almoço. Isso se transformou em um hábito até que eles resolveram almoçar mais em casa do que em restaurantes. Um ano se passou até que voltaram ao estabelecimento. Quando chegaram, não só foram reconhecidos como a balconista já foi logo preparando a bebida de sempre sem que eles pedissem. E quando foram pagar a conta, a caixa perguntou: " Há quanto tempo? Por que vocês sumiram?"

Nem Joãozinho nem sua mulher preencheram algum cadastro na Travessa. Eles só haviam trocados boas-tardes e obrigados com as funcionárias até então. Mas, mesmo com toda a atenção que receberam, não sairam de lá satifeitos. Na verdade, ganharam um peso na consciência por terem se ausentados por tanto tempo.

Sempre cabe mais um

Alguns clientes têm sérios problemas com espaço. Fico até imaginando se eles fazem baliza da mesma forma que entopem seus anúncios com informação. Se fazem, ou eles não têm problemas com vagas ou têm muitos com lanternagem.

"Se estou pagando, não quero desperdiçar nenhum pedaço do anúncio com este espaço em branco". Espaços para respiro, para destacar informação ou de carater estético são os primeiros a serem sacrificados por esses clientes. Em busca de um melhor "aproveitamento" colocam mais informações. "E o que você acha de aumentarmos mais a marca?" "Vamos destacar mais o preço." Na ânsia de destacar tudo, acabam não privilegiando nada.

Imaginem o seguinte briefieng para uma companhia área brasileira. Um comercial institucional, que seja estimulante, que levante a moral dos brasileiros neste momento tão difícil. Além disso, o filme deve mostrar que os clientes podem contar com a pontualidade dos vôos. E que não importa para onde eles queiram ir, há vôos para todos os cantos do mundo. Deve-se, obrigatoriamente, mencionar essa informação e destacar o vôo para Papua. Afinal de contas, ninguém sabe que Papua é uma ilha e é necessário aumentar a procura por este destino. Ah... não esquecer que o vôo para Roma chega na capital italiana às 10h35. Este é um grande diferencial da empresa.

É difícil imaginar que o resultado do filme ficasse ao menos interessante. Mas, com algumas modificações geográficas, bem que ele poderia ter sido o briefing deste filme: